sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Indicação de Livro sobre o Haiti


Prezados companheiros este livro foi realizado por dois camaradas que estiveram no Haiti, e mostram suas experiências neste país de uma forma bastante lúcida da realidade e da luta do povo haitiano, vale muito ler.  

O Haiti tem que ser livre

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Movimentos sociais do Rio de Janeiro organizam “Frente de Solidariedade com o povo do Haiti”

Eduardo Araujo, do Rio de Janeiro 
Blog Quilombo Raça e Classe da Conlutas
 
No último dia 18, representantes de vários movimentos socais realizaram, com a presença de cerca de 40 ativistas, uma reunião no Sindicato dos Petroleiros - SINDIPETRO-RJ, para a organização do comitê na cidade. 
Na reunião, verificou-se a necessidade de se realizar o quanto antes o lançamento da campanha, que foi realizada, com uma panfletagem, com faixas e carro de som, para a sexta dia 22-01.
O ato, que ocorreu na Cinelândia, em frente  à Câmara Municipal, contou com a presença de 80 ativistas, que distribuíram à população cerca de 3 mil panfletos e se revezaram nas intervenções, com a palavra de militantes de diversos movimentos populares, sindical, de mulheres, dos partidos e do movimento negro.
O Coletivo Quilombo Raça e Classe, da Conlutas, esteve presente, tendo uma participação importante desde a organização do comitê até a realização do ato.
Foi Como disse Júlio Condaque, militante da Secretaria de Negros e Negras do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e membro da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).
"O Brasil vem cumprido a missão da Minustha-ONU, para treinar seus soldados nas ruas e favelas de Porto Príncipe, para depois aplicar nas favelas cariocas o que aprenderam, é a política de extermínio do Estado brasileiro ao povo negro, criminalizando os movimentos sociais que resistem a isso, como vem ocorrendo no Haiti e vemos frenquentemente nas ações de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro", concluiu Júlio.
 
Solidariedade, sim. Invasão militar, não!
Desde a ocupação da Minustha ao Haiti em 2004 dezenas de trabalhadores e camponeses vem se organizando para que as tropas de ocupação da ONU saiam de seu país. O Brasil, com envio de forças militares àquele país, vem cumprindo um papel importante na sustentação da ocupação militar estrangeira, cumprindo a função de força auxiliar de países imperialistas como Estados Unidos e a França, no que tange a exploração do povo haitiano e das suas riquezas, através das chamadas maquilas (áreas em que empresas estrangeiras podem explorar a mão-de-obra mais barata das Américas, aplicando leis próprias, inclusive contratando empresas de "segurança" ou até mesmo contando com a ajuda das tropas de ocupação para reprimir qualquer organização sindical desses trabalhadores).
Com a ocorrência do terremoto do dia 12-01-10 o Haiti vem sofrendo bastante com esse golpe da natureza.
Só que agora está sofrendo outro duro golpe, desta vez dos Estados Unidos, com a conivência de Rene Preval, que enviaram mais de 10 mil soldados, podendo ser dobrado, até o final do mês de janeiro.
Perguntamos: por que não enviam médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitetos, ou mesmo máquinas(!), ao contrário do que o Ministro da Defesa de Lula vem defendendo - a prorrogação do "acordo" de ocupação ao país caribenho por mais cinco anos.
Muitos relatos de militantes e ativistas no Haiti vem denunciando que as tropas militares não estariam ajudando na reconstrução, mas sim na segurança aos ricos do Haiti, iclusive se omitindo do salvamento das vítimas dos escombros dessa catástrofe. Estão sim sendo usadas pelo imperialismo para aprofundar a exploração e a repessão aos movimentos sociais haitianos que resitem à ocupação.
O imperialismo, contando com a ajuda do Brasil - pois até agora nenhum país assegurou o cancelamento total da "dívida" externa do Haiti sem impor condições - está mais uma vez disposto a transformar o Haiti em uma área livre para a exploração não só de seu povo, mas agora livre de impostos para a instalação de fábricas, como o empenho da Coteminas de José Alencar, ou como até mesmo disse o Presidente Lula, transformar o Haiti numa grande plantação de cana para produção do etanol, mostrando que o interesse no Haiti é garantir a exploração capitalista. 
A formação da FRENTE DE SOLIDARIEDADE COM O POVO DO HAITI, para desenvolver campanhas de solidariedade, contra a militarização e a retirada das tropas da Minustha, se forjou através de uma plenária que se realizou em São Paulo no dia 18-01, em que diversos setores dos movimentos populares e sindicatos, com cerca de 23 orgaizações, e que a Conlutas faz parte, junto com Jublieu Sul, Via Campesina, Comitê Pró-Haiti e Cáritas, entre outras.
Inclusive por já ter enviado diversos companheiros ao Haiti, a Conlutas vê como prioritária essa campanha, pois fica cada vez mais urgente que as organizações de trabalhadores brasileiros e haitianos e de todas as américas na Campanha pela retirada das tropas militares brasileiras e estrangeiras seja uma campanha de solidariedade de classe, pois a retirada da Minustha do Haiti significaria uma vitória do movimento social de todo o continente, pois a reconstrução do país passa prioritariamente coordenada pelos prórpios haitianos.
 
Multiplicar os comitês
Por isso é fundamental que cada companheiro, não só no Rio de Janeiro, como também ativistas e militantes de diversos Estados, estejam envolvidos nessa campanha, pois a história do país que realizou a primeira revolução de escravos vitoriosa das Américas, que derrotou o exército de Napoleão, nos mostrou que é possivel transformar a realidade adversa através da organização e mobilização dos trabalhadores contra o imperialismo.
Organize em sua cidade um comitê de solidariedade, recolhendo bônus para a campanha financeira, organizando atos denunciando a ação das tropas brasileiras e estrangeiras no Haiti. Portanto fique atento no calendário proposto pela FRENTE DE SOLIDARIEDADE COM O POVO DO HAITI, veja o calendário, ou entre em contato com a Conlutas, o importante é participar.
DIA 23 DE FEVEREIRO - Próxima Reunião Nacional de Solidariedade ao Povo Haitiano
DIA 21 DE MARÇO - Mobilização Nacional - Dia Internacional para a eliminação da discriminação racial
DIA 22 DE MARÇO - Haiti Livre e Soberano

 
Fontes:
Resumo e Encaminhamento da Reunião Nacional - 18-01-10
Resumen de la Ponencia de PAPDA-Jubileo SUR
www.conlutas.org.br

sábado, 23 de janeiro de 2010

A arte haitiana em foco


fonte:http://www.aavc.vassar.edu/images/news/Mar2009/haiti.jpg

Haiti Urgente – Solidariedade

Conta Especifica para Campanha Solidariedade ao Povo Haitiano


Às Entidades, oposições, movimentos e ativistas.


Escrevemos a todos e todas em caráter de urgência para solicitar contribuições financeiras imediatas a todas as entidades e militantes para que possamos enviar para nossos companheiros de Batay Ouvrie. Conseguimos finalmente contatos com Didier e tanto ele quanto Raquel sua companheira, estão bem. Carole que esteve conosco nas atividades em julho último também esta bem.

Nossos companheiros relatam de maneira concreta a luta pela vida que temos visto pelas cenas da imprensa. A luta dos companheiros que buscam cuidar de seus feridos, garantir sua sobrevivência mas em uma lógica de resgatar sua organização. O funcionamento coletivo, a organização e participação popular, única forma de se contrapor a ofensiva hipócrita do imperialismo, travestindo de ajuda humanitária o envio de mais tropas militares para monitorar e controlar o povo haitiano. Agora com o imperialismo norte americano mostrando quem manda de fato. O envio de 10.000 militares norte americanos com os mariners à frente cuja especialidade nunca foi salvar vidas em nenhum lugar do mundo, é mais do que simbólico.

Queremos fazer uma campanha nas bases de nossas organizações, de solidariedade de classe. Chamando a contribuição dos trabalhadores brasileiros para os trabalhadores haitianos, que ao mesmo tempo mantenha a denúncia da ocupação militar que ganha novas proporções. Mas essa campanha, com material na base, arrecadação de contribuição nas empresas, universidades ou votadas em assembléias, com uma idéia do tipo “um dia de salário para os povo haitiano”, absolutamente necessária, vai demorar para conseguirmos recursos mais imediatos como estão necessitando os companheiros.

Por isso queremos que cada entidade, movimento e organização discuta até a semana que vem contribuição direta de seus recursos normais para que possamos enviar.

Para isso abrimos uma conta bancária específica para depósito das contribuições a serem enviadas a Batay Ouvriey. Isto nos permitirá divulgar posteriormente, o extrato desta conta às entidades que contribuíram bem como a prestação de contas em relação à Campanha.

Solicitamos às entidades, oposições, movimentos e ativistas que por ventura tenham realizado contribuições na conta da Conlutas, que nos enviem identificação do depósito com data e valor, para que possamos dar o devido encaminhamento.

Aguardamos retorno de todos.

Conlutas
Secretaria Nacional Executiva
São Paulo, 19 de janeiro de 2010.

Abaixo segue o número da conta.


Favorecido: Coordenação Haiti


Banco do Brasil
Agência 4223-4
Conta 8844-7

Haiti e a militarização nossa de cada dia

21/01/2010


publicado em http://carosamigos.terra.com.br/

Por Sandra Quintela

Colômbia com mais sete bases militares. Honduras sob um golpe militar legitimado por uma eleição sem legalidade. A Quarta Frota reativada em 1° de julho de 2008, depois de mais de 50 anos desativada e cuja função é patrulhar o Atlântico Sul. E agora o processo crescente de militarização da ajuda humanitária no Haiti.

No último dia 13 de janeiro, o mundo acordou com uma calamidade de dimensões assustadoras: 1/3 da população de um país, três milhões de pessoas desabrigadas, mais de 100 mil mortos, cerca de 40 mil mulheres grávidas sem a menor perspectiva de um teto para abrigar seus filhos e filhas. A comunidade internacional se movimenta a passos lentos no sentido de responder o quanto antes a essa tragédia: o terremoto do dia 12 de janeiro no Haiti.

Como explicar que a longínqua China envie alimentos que chegam mais rápido que os dos EUA, que está a menos de uma hora de voo de Porto Príncipe? Como explicar que os mais de dois mil fuzileiros navais sejam os primeiros “bens” dos EUA a aportarem nesta ilha caribenha?

Cuba, Venezuela e a própria Comunidade do Caribe (Caricom) imediatamente enviaram seus médicos, pessoal qualificado para desastres dessa dimensão. O avião da Caricom não pode aterrissar no aeroporto Toussaint Louverture, assim como o avião da Força Aérea Brasileira. Tiveram que aportar em Santo Domingo, na República Dominicana, uma vez que os fuzileiros navais dos EUA tomaram o controle do aeroporto e dos portos haitianos.

Cabe a pergunta: como se fecha portos e aeroportos logo após uma tragédia dessa dimensão em que a comunidade internacional está se mobilizando para o envio de medicamentos, comida e roupas? Fechar portos e aeroportos não compõe uma estratégia de guerra? Assim sempre soubemos.

Desde 2004, o Haiti está ocupado pelas tropas militares da ONU através da Missão de Estabilização do Haiti – Minustah. Desde então, várias organizações nacionais e internacionais têm se posicionado pela retirada das tropas. Após seis anos de permanência no país, pouquíssimo fizeram para a reconstrução do Haiti.

Sabemos que o comando militar dessa missão está sob responsabilidade do Brasil. Por depoimentos já veiculados na mídia, soubemos que as tropas brasileiras estão fazendo do Haiti um campo de treinamento. Como já escrevemos em outros artigos, esses treinamentos servem ao processo de militarização de diversas periferias urbanas. Não é a toa que há treinamentos dessas tropas em favelas do Rio de Janeiro. Elas vão ao Haiti e depois retornam à cidade carioca, como foi o caso da ocupação do Morro da Providência pela Guarda Nacional, em 2008.

Nesse momento de catástrofe, nos perguntamos: que papel está tendo a Minustah? Onde estavam seus soldados nos primeiros dias da tragédia? Os relatos que nos chegam do Haiti são de que a população pobre ficou absolutamente abandonada.

Com o crescente papel dos EUA no processo de militarização da ajuda humanitária no Haiti, nos perguntamos o que faz o Presidente Obama, achando pouco enviar soldados que podem chegar ao número de 14 mil, mobilizar Bill Clinton e George W. Bush para serem os coordenadores do esforço de reconstrução do Haiti.

Como explicar que em um país tão pequeno e tão pobre do Caribe, dois ex-presidentes da maior potência de guerra do mundo – os EUA – sejam designados a cuidar de sua reconstrução? O que está por trás de tudo isso? Em nossa opinião, são estratégias de vários tipos de militarização de nossos países da América. Estamos vendo, ao vivo e em cores, em nome da ajuda humanitária, um país ser ocupado militarmente após uma catástrofe monumental.

Assim, temos que fortalecer o grito de retirada das tropas militares do Haiti. Não se faz ajuda humanitária com tropas militares. O povo haitiano, através de suas organizações e movimentos sociais, precisa ser apoiado para que sua voz fale mais alto no processo de reconstrução do país.

Desde última segunda- feira, (18/01) foi constituída no Brasil a Frente Nacional de Solidariedade ao povo haitiano formada por movimentos sociais do campo e da cidade, por centrais sindicais, pastorais sociais, movimento negro, de mulheres, enfim, um espectro amplo de organizações da esquerda brasileira. A tarefa central é trabalhar a ajuda direta junto a organizações sociais haitianas e pela retirada das tropas militares. Muito trabalho existe pela frente. A reconstrução do Haiti vai ser lenta. Mas, não esqueçamos a dívida histórica que todos temos com este país. O Haiti foi a primeira nação do mundo a abolir a escravidão. Será que é esse o seu pecado?


Sandra Quintela, economista, é integrante do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)/ Rede Jubileu Sul

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Trabalhador Haitiano solicitando ajuda


fonte: http://www.pbagora.com.br/ew3press/conteudo/20100113164145.jpg

Fotos do Palácio do Governo Haitiano



fonte: http://images.ig.com.br/publicador/ultimosegundo/arquivos/

Diante da tragédia o povo haitiano não deixa de lutar pela vida

15/01/2010

Haiti

Apesar da falta de recursos que demoram a chegar, a população não esmorece e batalha pela sobrevivência


“A desgraça de lá está sendo boa pra gente aqui, ficar conhecido”, este foi o relato do cônsul do Haiti no Brasil, Gerge Samuel Antoine, para uma emissora de TV. Sem saber que estava sendo gravado deixou escapar sua verdadeira definição sobre a tragédia. Isso demonstra com clareza a real intenção das autoridades: se promover com a desculpa de ajuda humanitária.

Foi divulgado na grande imprensa que a Organização as Nações Unidas (ONU) distribuirá alimentos para apenas 8 mil pessoas, com o pretexto de que seus armazéns foram saqueados. As especulações de que a violência no país aumenta, visam manter a impressão que o país precisa de soldados para instalar a ordem. Diante da fome e sede, o povo haitiano procura se virar como pode, enquanto a ajuda não vem.

Já começam a ser divulgados furtos e saques no país, para que assim a imagem do Haiti se torne favorável a continuidade das tropas estrangeiras (Minustah). Porém quando o furacão “Katrina” atingiu EUA, também houve saques e furtos, e nem por isso se justificou a presença de militares estrangeiros no país. Diante de tamanha tragédia e sem perspectivas, o sentimento que propagada não é o da violência e sim da sobrevivência.

O povo haitiano enfrenta mais uma catástrofe e mesmo diante de condições tão alarmantes buscam forças para prosseguir e se levantar. O primeiro povo negro a conquistar a independência de seus escravos, explorado por séculos, não desistiu de seu país.


Relatos do estudante Rodrigo Bulamah, retirados do blog de pesquisadores da Unicamp que estão no Haiti, demonstram um povo guerreiro e que ainda encontra forças para se reerguer. “O que vemos hoje em Porto Príncipe, dois dias após o terremoto é um exemplo indescritível de civismo e ajuda. Não há o caos, como parte dos jornalistas que nos procuram quer ouvir, as pessoas não estão em desespero e nem há sinal da barbárie imaginária que molda o nosso preconceito sobre o Haiti. Os haitianos estão se virando como sempre fizeram após embargos e avanços econômicos internacionais que implodiram a produção local”.


Segundo o estudante existe a destruição, morte e falta de recursos, mas o povo haitiano está encontrando meios para contornar essa situação. “Vimos um acampamento imenso. Pessoas organizadas, fazendo comida, tomando banho, lavando roupa. Nem sinal da ajuda internacional que enche a boca de tantas autoridades. Espera-se o espetáculo da destruição para depois chegar ao espetáculo da cooperação internacional”.


Os relatos continuam, e o que se constata, é que o povo cansou de esperar pelas autoridades burguesas. “As pessoas estão removendo escombros das próprias casas e da vizinhança, barracas cobertas foram improvisadas para abrigar pessoas. Vemos médicos haitianos espalhados pela cidade fazendo um trabalho de formiga”.


A Conlutas reforça que se deve continuar a cobrar do governo brasileiro o fim da ocupação militar do Haiti, e que os recursos utilizados para sustentar a tropa de ocupação seja revertido para ajudar o povo haitiano. E chama aos sindicatos e organizações dos trabalhadores do Brasil a se mobilizarem em solidariedade ao Haiti.


Redação Conlutas

AS SEMPRE LÁGRIMAS HAITIANAS

João Luis Duboc Pinaud - janeiro 2009


Estranhomencionar negatividades a respeito de um povo especialíssimo, dotado força libertáriae criativa, que se expande em mil modalidades de alegria, cor, música eexpansiva beleza, embora ainda mantido preso nas tantas grades dos interesses externos. Esta cena de inviabilidade política, nocurso do século 21 revela inaceitável condenação a morrer previsto, metódico,frio, crudelíssimo e sem apelos. Inaceitável absurdo resvala para airracionalidade, pois esta insanidade política atinge povo em plena expansão daprópria vitalidade, rara explosão dos cantos, traduzindo força, alegria, dança esperançase possibilidades imediatas de afirmação. E a insanidade desta situação emanifesta posto que este povo, como palavra e realidade, detém em si mesmo,qual tesouro mal pressentido, a energia toda que uma Nação consegue magicamentedeter.

No curso do anode 2005, o JUBILEU SUL promoveu, com o Prêmio Nobel da Paz Adolfo PerezEsquivel e Nora Cortines (Madres da Praça de Maio), congregando ainda representantesde valiosas instituições (PACS, CONIC, MST, VIA CAMPESINA), a MissãoInternacional que esteve no Haitiverificando circunstância política do povo haitiano, seu contextohistórico-social, a luta pela autodeterminação e a legitimidade da presença(bélica) de outro tipo de missão humanitária da ONU.


Não pretendemos repetir o Relatório elaborado pela já referida e verdadeira Missão promovidapelo JUBILEU SUL, mas apenas registrar aspectos que merecem ser conhecidos pelacomunidade internacional:


I. A ajuda efetiva ao Haiti tem vindo da sociedadecivil de vários países;

II. A“Missão Humanitária” mantida pela ONU (o Brasil figura como seu chefe) significourepressão aos movimentos sociais haitianos nas suas legítimas reivindicaçõespor condições mínimas de sobrevivência e dignidade;


Este ponto exige– para mostrar claramente a gravidade do problema – algumas informações, asaber:


a) Existem atualmente 18 (dezoito) zonas francas nesta pequena ilhamontanhosa (14 existentes no ano de 2005, onde estão instaladas as chamadas“indústrias da agulha” (têxteis);


b) tais indústrias não prescindem do esforço humanoe o remuneram com salários vis (30 dólares mensais) para manter altas taxas delucro e competitividade no mercado mundializado. Não pagam nenhum imposto aogoverno haitiano. São fortemente guardadas por seguranças armadas;


c) qualquer movimentaçãopor melhores salários é violentamente reprimida;


d) no dia 1º de maio de 2009,manifestação popular registrou mortes de trabalhadores


e) 80 % da população haitiana está desempregada e viveabaixo da linha da pobreza. Qualquer movimento partindo dessas massasdesesperadas e criminalizadas provoca violenta repressão apoiada pela MINUSTAH. Permanecendo tais condições imorais nas indústriasdas zonas francas, sob guarda da MINUSTAH, o povo haitiano não conseguirá obternenhum avanço em direção a uma vidadigna, direito do qual todo ser humano deve ser portador. O terremoto recente tornouvisíveis as precariedades das condições, imoralmente mantidas do viverhaitiano. Espera- se que, pela gravidade revelada, ingresse finalmente, napauta internacional das urgências, o apoio imediato ao Haiti.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Foto do Haiti após terremoto que arrasou o país



fonte: http://www.estadao.com.br/fotos/HAITI_REUTERS(1).jpg


Terremoto pode ter matado milhares no Haiti; 4 brasileiros morrem

por Joseph Guyler Delva

PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Um forte terremoto abalou o Haiti, possivelmente matando milhares de pessoas, entre elas ao menos quatro militares brasileiros que servem na força de paz da ONU no país, e provocando o desabamento do palácio presidencial e de favelas da cidade.

O Brasil lidera as tropas de paz da ONU no Haiti e participa da Minustah com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro.

Nesta quarta-feira, o Exército brasileiro informou que os quatro militares mortos são do 5o Batalhão de Infantaria Leve sediado em Lorena, interior de São Paulo. Ao menos outros cinco militares brasileiros ficaram feridos.

O general Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe do setor de comunicação social do Exército, disse a jornalistas que há grande número de militares brasileiros desaparecidos após o terremoto.

O Itamaraty informou na terça-feira que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou "preocupação" com os brasileiros no Haiti e manifestou sua solidariedade ao povo local.

A chancelaria brasileira disse à Reuters que o contato telefônico com representantes na capital haitiana está "muito difícil", mas que "vai tomar providências no sentido de verificar se há brasileiros (entre os mortos e feridos)."

Um prédio de cinco andares usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) desabou na terça-feira por causa do terremoto de magnitude 7, o mais forte a atingir o Haiti em mais de 200 anos, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos.

Imagens da Reuters Television na capital haitiana, Porto Príncipe, mostraram cenas de caos nas ruas e pessoas soluçando em meio aos escombros.


- Zilda Arns morre em terremoto no Haiti


SÃO PAULO (Reuters) - A fundadora da Pastoral da Criança Zilda Arns, de 73 anos, é uma das vítimas do terremoto de terça-feira no Haiti, confirmou nesta quarta-feira o gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica pediatra e sanitarista.

"Realmente ela estava (em Porto Príncipe)", disse Maria José Camargo, assessora do gabinete do senador.

"Ela estava caminhando com um militar na rua... Teve o terremoto e os escombros a pegaram", afirmou acrescentando que o militar também morreu.

(Reportagem de Silvio Cascione)


fonte: Agência Reuteus e Agência Brasil